terça-feira, 3 de março de 2009

OS EMPREGOS VERDES

Tatiana Gianini
Revista Exame - 05/02/2009

O presidente Barack Obama está disposto a limpar dos Estados Unidos a imagem de vilão ambiental. Nas últimas semanas, Obama destinou mais de 50 bilhões de dólares para estimular a geração de energia limpa e fixou limites mais rígidos para a emissão de gases poluentes por parte da indústria automobilística. Um dos mais influentes ambientalistas do mundo, o americano Lester Brown, presidente da ONG Earth Policy Institute, falou a EXAME sobre o impacto econômico das medidas.

Qual sua avaliação sobre as primeiras medidas de Barack Obama na área ambiental?
É positiva. Além de medidas como controles mais rigorosos de emissão de poluentes, Obama trouxe para sua equipe pessoas comprometidas com a questão do aquecimento global. Uma delas é o físico John Holdren, professor de política ambiental de Harvard, que foi nomeado conselheiro científico do governo.

A política ambiental de Obama é boa para a economia americana?
O país precisa de novos postos de trabalho e o presidente está investindo na criação de "empregos verdes”, fortalecendo a economia com o desenvolvimento de fontes renováveis de energia. Dessa forma, nos próximos meses, vão surgir muitas novas ocupações em setores como o da indústria de energia eólica.

Quais setores podem perder com a nova orientação?
Uma das indústrias que serão afetadas é a de carvão. Hoje, há um movimento nos Estados Unidos de parar com a construção de usinas termelétricas. Outro indicador interessante é que um número grande de firmas de investimentos de Wall Street já rebaixou as ações das empresas ligadas ao setor.

Obama poderá realmente mudar a mentalidade dos americanos em relação ao consumo de petróleo?
A crise global vai acelerar o processo de conscientização. Obama tem deixado claro que, se houver um rompimento sério no fornecimento de petróleo em razão de uma revolução na Arábia Saudita, a economia americana poderá desacelerar ainda mais.

Mas a crise global tem provocado queda no preço do petróleo. Isso não pode desestimular o uso de energias limpas?
O preço baixo do petróleo não é garantido para sempre. Os especialistas já argumentam que a cotação do barril nos próximos anos pode chegar a valores ainda mais altos do que na metade do ano passado, quando atingiu 140 dólares.

O senhor acredita que o etanol brasileiro pode ser beneficiado com a nova política energética americana?
O Brasil já exporta etanol para os Estados Unidos e com a nova política pode ocorrer um aumento no volume de vendas. Mas não acho que os Estados Unidos utilizarão o etanol na mesma escala que o Brasil. Há outras fontes energéticas que parecem muito mais promissoras para a economia americana, como a eólica.

A recessão pode ajudar a reduzir o problema do aquecimento global?
A desaceleração dos negócios no mundo está claramente provocando uma redução substancial no uso de energia e, consequentemente, na emissão de gases poluentes. Mas o colapso da economia não é a solução para o aquecimento. Precisamos reestruturar a cadeia de produção global de energia para reduzir a emissão de gases poluentes de modo que não crie muito sofrimento econômico.

O presidente Barack Obama está disposto a limpar dos Estados Unidos a imagem de vilão ambiental. Nas últimas semanas, Obama destinou mais de 50 bilhões de dólares para estimular a geração de energia limpa e fixou limites mais rígidos para a emissão de gases poluentes por parte da indústria automobilística. Um dos mais influentes ambientalistas do mundo, o americano Lester Brown, presidente da ONG Earth Policy Institute, falou a EXAME sobre o impacto econômico das medidas.

Qual sua avaliação sobre as primeiras medidas de Barack Obama na área ambiental?
É positiva. Além de medidas como controles mais rigorosos de emissão de poluentes, Obama trouxe para sua equipe pessoas comprometidas com a questão do aquecimento global. Uma delas é o físico John Holdren, professor de política ambiental de Harvard, que foi nomeado conselheiro científico do governo.

A política ambiental de Obama é boa para a economia americana?
O país precisa de novos postos de trabalho e o presidente está investindo na criação de "empregos verdes”, fortalecendo a economia com o desenvolvimento de fontes renováveis de energia. Dessa forma, nos próximos meses, vão surgir muitas novas ocupações em setores como o da indústria de energia eólica.

Quais setores podem perder com a nova orientação?
Uma das indústrias que serão afetadas é a de carvão. Hoje, há um movimento nos Estados Unidos de parar com a construção de usinas termelétricas. Outro indicador interessante é que um número grande de firmas de investimentos de Wall Street já rebaixou as ações das empresas ligadas ao setor.

Obama poderá realmente mudar a mentalidade dos americanos em relação ao consumo de petróleo?
A crise global vai acelerar o processo de conscientização. Obama tem deixado claro que, se houver um rompimento sério no fornecimento de petróleo em razão de uma revolução na Arábia Saudita, a economia americana poderá desacelerar ainda mais.

Mas a crise global tem provocado queda no preço do petróleo. Isso não pode desestimular o uso de energias limpas?
O preço baixo do petróleo não é garantido para sempre. Os especialistas já argumentam que a cotação do barril nos próximos anos pode chegar a valores ainda mais altos do que na metade do ano passado, quando atingiu 140 dólares.

O senhor acredita que o etanol brasileiro pode ser beneficiado com a nova política energética americana?
O Brasil já exporta etanol para os Estados Unidos e com a nova política pode ocorrer um aumento no volume de vendas. Mas não acho que os Estados Unidos utilizarão o etanol na mesma escala que o Brasil. Há outras fontes energéticas que parecem muito mais promissoras para a economia americana, como a eólica.

A recessão pode ajudar a reduzir o problema do aquecimento global?
A desaceleração dos negócios no mundo está claramente provocando uma redução substancial no uso de energia e, consequentemente, na emissão de gases poluentes. Mas o colapso da economia não é a solução para o aquecimento. Precisamos reestruturar a cadeia de produção global de energia para reduzir a emissão de gases poluentes de modo que não crie muito sofrimento econômico.

Nenhum comentário: